O ano de 2011 teve um número recorde de grandes apreensões de marfim, fato que indica uma intensificação da caça aos elefantes na África, a fim de atender à demanda asiática de presas para uso em joias e ornamentos, de acordo com dados divulgado nesta quinta-feira (29) por uma entidade conservacionista.
A Traffic, parceira do WWF e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) que monitora o tráfico de animais selvagens, informou que houve pelo menos 13 apreensões de cargas superiores a 800 kg de marfim em 2011, o que é mais do que o dobro das seis grandes apreensões de 2010.
A ONG afirma que houve aumento no contrabando de marfim, o que significa a elevação no número de mortes de elefantes no continente africano.
"Uma estimativa conservadora do peso do marfim apreendido nas 13 grandes operações de 2011 coloca a cifra em mais de 23 toneladas, o que provavelmente representa cerca de 2.500 elefantes, possivelmente mais", disse a entidade em nota.
Tom Milliken, diretor do Sistema de Informações sobre o Comércio de Elefantes da Traffic, disse que esse foi o ano com mais apreensões grandes desde que ele iniciou esse trabalho, há mais de duas décadas. Ele afirma que a caça e o comércio ilegais são consequências do surto de investimentos chineses nos setores mineral e energético da África.
"Chegamos a um ponto na história da África em que há mais cidadãos asiáticos no continente do que nunca. Eles têm contatos com o mercado final, e agora estão na fonte, na África", explicou Milliken. "Isso tudo se soma para um ataque sem precedentes aos elefantes e a outras formas de vida selvagem."
Contrabando
Milliken disse que parte do marfim comercializado ilegalmente na Ásia pode ter saído de estoques pertencentes a governos africanos, armazenados em decorrência de apreensões anteriores. Mas também há dados que indicam um aumento na matança de elefantes, e que isso parece ser especialmente grave na República Democrática do Congo.
O especialista acrescentou que também há elefantes sendo caçados no Zimbábue, Zâmbia, norte de Moçambique, Tanzânia e Quênia.
Uma proibição global do comércio de marfim foi adotada em 1989, e foi crucial para conter o abate dos elefantes em países como o Quênia. Desde então, eventualmente são autorizados leilões do marfim estocado por governos africanos. Além da China, o outro grande mercado para o marfim é a Tailândia, segundo a Traffic.
Estima-se que haja 400 a 700 mil elefantes vivendo na África. Na África do Sul, há preocupações de que a população desses paquidermes tenha crescido tanto que eles estejam prejudicando o meio ambiente nas reservas naturais.
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